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Conheça a pensão em que Gabriel Medina fica no Taiti
- Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
- 06/Agosto/2024
- Paulo Basso Jr.
Natural de Maresias, em São Sebastião (SP), Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe, tem como um de seus picos preferidos no mundo a praia de Teahupo’o, que fica em um vilarejo de pescadores na ilha do Taiti, porta de entrada da Polinésia Francesa. Recentemente, o lugar ganhou fama fora do circuito do esporte por ter se transformado em palco das disputas da modalidade durante a Olimpíada de Paris.
Ao contrário do que muita gente imagina, Teahupo’o nem de longe lembra os trechos costeiros mais cênicos da Polinésia Francesa, como as enseadas de Moorea e Bora Bora, ilhas vizinhas. Afinal, a praia abriga uma faixa de areia escura e sem graça, por conta da formação vulcânica.
Seu trunfo, porém, é estar cercada por colinas pontiagudas verdejantes e, principalmente, ser contemplada com algumas das ondas mais perfeitas do planeta, muitas vezes com a formação de tubos espetaculares. Há quem diga, inclusive, que eles são melhores dos que os formados no Havaí.
A pensão de Gabriel Medina no Taiti
Quando estão na Polinésia Francesa, Medina e outros surfistas famosos do Brasil costumam se hospedar na pensão Havae Lodge, que pertence à família Parker – embora, durante a Olimpíada de Paris, os membros da delegação brasileira tenham optado por ficar em outros lugares, uma vez que a pousada foi reservada para funcionários dos Jogos.
Tive a oportunidade de visitar a Havae Lodge em 2017 e encontrei por lá um lugar surpreendentemente simples, com uma edificação de um único piso com fachada branca, quartos pequenos, grandes portas de vidro com cortinas cor-de-rosa, um amplo gramadão e atmosfera pacata, cujo diferencial é o tratamento especial empregado pelos simpáticos proprietários, o casal Didier e Sidonie e a filha Vaea. Recentemente, eles investiram em melhorias, como a reforma do telhado e a criação de uma varanda.
Quando estive por lá, os anfitriões foram muito cordiais. A comunicação não foi tão simples, uma vez que eles não falam inglês muito bem (o idioma oficial por lá é o francês, que eu também não falo patavina), mas, assim como costumam fazer com os hóspedes, eles me fizeram se sentir em casa, como em uma família, e não esconderam a paixão por Medina.
“Ele é meu campeão. Adoro quando me chama de mommy”, contou-me Sidonie.
“É o melhor que já vi. Mas o que o faz surfar tão bem aqui em Teahupo’o é o tempero do peixe que eu sirvo para ele, pode acreditar”, brincou Didier, que vê Medina com técnicas melhores que as do americano Kelly Slater, maior campeão da história da modalidade. “Não dá nem para comparar”, cravou entre um e outro grito entusiasmado de “Go, Medina” (Vai, Medina) e poses com uma prancha assinada pelo brasileiro.
Brazilian Storm
Didier e Sidonie também falam com simpatia de outros atletas profissionais do Brasil que costumam ficar em sua casa durante as competições, como Bruno Santos, Miguel Pupo, Ítalo Ferreira e Jadson André. E o melhor de tudo é que qualquer um pode entrar no clima da Brazilian Storm (geração de surfistas brasileiros) e ter esse papo com eles ao se hospedar na Havae Lodge.
A diária da pensão varia de acordo com a temporada, mas sai em torno de 100 euros e inclui café da manhã. O valor é vantajoso diante dos altos preços de hospedagem comumente praticados na Taiti – as melhores pousadas giram em torno de 300 euros, e os hotéis com bangalôs overwater passam facilmente dos 800 euros.
Outra vantagem de ficar por lá é a possibilidade de saborear os pratos preparados pelos Parkers em todas as refeições, pois Teahupo’o fica longe de grandes mercados – eles se concentram no centro de Papeete, a capital da Polinésia Francesa, a cerca de uma hora de carro do famoso pico de surfe. Na Havae Lodge, o hóspede desfruta de ótimos peixes frescos, em geral mahi mahi, marlim e atum pescados pelo próprio Didier. Isso sem contar o tal tempero especial que faz Medina voar.
Teahupo’o
Gabriel Medina e seus companheiros da Brazilian Storm não costumam ficar à toa na Havae Lodge quando estão no Taiti. A pensão ocupa um ponto privilegiado de Teahupo’o, bem em frente ao point em que as melhores ondas quebram, e Didier tem o hábito de emprestar seu barco como suporte para quem deseja atravessar o recife e ter um local para guardar prancha reserva e alimentos – é preciso apenas pagar o combustível.
Para quem não conhece a região, vale saber que as ondas em Teahupo’o, conhecida carinhosamente pelos americanos e australianos como Cho-po (uma corruptela do nome), não se formam próximas à praia, mas a cerca de 500 metros. Para chegar lá, é preciso atravessar, de barco ou jet-ski. o anel de corais que contorna a ilha.
O local, que fica bem no acesso ao mar aberto, é recomendado apenas para quem realmente domina o surfe, já que a bancada de corais ali é rasa e afiadíssima. Por isso, há grande risco de ralar costas, pernas e mesmo a cabeça, inclusive de maneira grave.
Quebra Crânios
Há quem ateste que a alcunha de Quebra Crânios atribuída a Teahupo’o venha dos acidentes com surfistas, mas o fato é que ela surgiu, de acordo com os nativos, após uma batalha tribal ser travada na região, quando os derrotados tiveram suas cabeças penduradas em estacas fincadas na praia.
Isso, porém, ocorreu há muitos anos, e o clima agora por lá é totalmente pacífico, cheio de boas vibrações, como atesta o advogado Sandro Araújo, que encarou as ondas de Cho-po à frente do barco em que eu estava (veja o vídeo acima).
“Esse lugar é um sonho. Já surfei na Austrália e na Indonésia, mas aqui é alucinante”, declarou entusiasmado.
Quando ir a Teahupo’o
O melhor período para surfar em Teahupo’o é entre o meio de abril e o meio de outubro, com destaque para os meses de maio e junho, quando as ondas que quebram para a esquerda alcançam 2,5 metros de altura e formam tubos perfeitos. Por uma questão de calendário, entretanto, a etapa do mundial de surfe organizada por lá rola apenas em agosto.
“Essa é a época em que as pensões lotam e todos os nativos vêm torcer pelo Medina. As meninas, principalmente, ficam histéricas quando ele passa”, me confessou Cindy Drollet, que tem uma agência que promove passeios turísticos pela ilha, a Teahupoo Tahiti Surfari. “Mas ele é superconcentrado, um profissional e tanto e muito querido pelos habitantes da vila, inclusive as crianças carentes, a quem costuma dar presentes”, destacou.
Quem também fez questão de ressaltar as qualidades do brasileiro quando estive no Taiti foi Chris O’Callaghan, ex-surfista profissional e que trabalhou como diretor da etapa local do campeonato mundial da modalidade. “Ele é muito bom e tende a melhorar cada vez mais. E olha que já é um dos maiores nomes da história”, afirmou, levantando também a bola de Teahupo’o. “Pode anotar: esse lugar ainda vai ser tão famoso e desejado quanto Pipeline, no Havaí“, completou.
Sete anos depois, a profecia de O’Callaghan se tornou realidade. Depois da Olimpíada de Paris, Teahupo’o, de fato, caiu na boca do mundo, especialmente dos brasileiros.
Como chegar ao Taiti
O Taiti é uma das 118 ilhas da Polinésia Francesa, no Pacífico Sul. É lá que fica a capital do país, Papeete, onde chegam os voos internacionais.
As opções mais recorrentes aos brasileiros para chegar à Polinésia Francesa é voar desde o Brasil com paradas em Santiago e Auckland, na Nova Zelândia; via Los Angeles ou outro destino dos EUA; ou, ainda, fazendo conexão em Paris, na França, ou outro destino da Europa.
Isso significa sempre uma viagem longa, cansativa e repleta de conexões. Mas, acredite, vale a pena.
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Dicas para economizar em Teahupo’o
Confira algumas dicas para economizar em Teahupo’o, uma vez que os preços no Taiti costumam ser bastante salgados.
- Hospede-se em uma pensão de família, como a Havae Lodge. Clique no link para conferir preços e avaliações.
- Vale a pena alugar um carro próximo ao aeroporto de Papeete e dirigir pelas estradas cercadas de verde até Teahupo’o. O valor do automóvel parte de US$ 200 dólares por três dias, o que é vantajoso diante dos quase US$ 120 do shuttle cobrado entre o aeroporto e o vilarejo do Taiti.
- Caso não queira comer todos os dias na Havae Lodge, vá a restaurantes como o Snack Tavania, muito frequentado por locais, inclusive surfistas. Os peixes por lá são frescos, bem servidos e custam entre 25 e 30 euros.
- O pai de Cindy Drollet, Bjarn Drollet, foi um dos pioneiros no Taiti a montar uma estrutura para fotógrafos trabalharem nas ondas de Teahupo’o. O mesmo barco no qual ele leva os profissionais há anos para a área da competição é oferecido a surfistas o longo do ano, com acompanhamento pelo período de até duas horas.
- A Teahupoo Tahiti Surfari, agência da família Drollet, promove uma série de passeios na ilha, com foco ou não em surfe. Eles levam para cavernas, cachoeiras, jardins de corais e diversos pontos onde é possível curtir o visual repleto de verde contrastado pelas águas azuis e cristalinas que envolvem o Taiti.
O que você precisa saber antes de ir à Polinésia Francesa
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